PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO ORIGENS
Olá visitante, como vão as coisas por aí?
Que bom que você se interessou em saber como está sendo o desenvolvimento do projeto Coleção Origens.
Eu sei que tem bastante texto, mas ao final dessa leitura você compreenderá muitas coisas sobre as obras.
Eu juro que eu tentei deixar o mais enxuto possível e com uma linguagem menos técnica.
Então vamos lá?
De início quero deixar claro a diferença entre Criação e Desenvolvimento. Usamos o termo criar para designar produtos criativos. Porém, isso é um grande equívoco e explico o porquê.
A criatividade é apenas uma pequena parte de todo processo. Quando pinto, de fato, estou criando. Mas antes de pintar, pesquiso muito, busco referências visuais e literárias, rascunho, seleciono, defino padrões, descarto e, em alguns casos, até desisto. Isso se chama método. E, este processo é mais lógico que criativo.
Quando falo em desenvolvimento, englobo todo o processo, inclusive, a criação. É obvio que a criatividade é quem dá o charme nisso tudo. Porém, só ela o projeto seria inviável.
Se você leu sobre mim na página O Artista, viu que ainda sou bastante influenciado pelos artistas Jean Michael Basquiat, Andy Warhol, Frida Kahlo e Tarsila do Amaral.
Antes de explicar a influencia de cada um nas minhas obras, vou mostrar primeiro os 5 pilares do projeto:
1 - Método
Aqui eu defino praticamente tudo: em que suporte pintarei, tamanho da pintura, quais ferramentas ou recursos utilizarei, se aplicarei algum efeito ou não, a paleta de cores, as formas, ou seja, como será a produção e a reprodução.
2 - Cultura
Sei que romper algumas barreiras culturais não é uma tarefa fácil, ainda mais para um artista em início de carreira como eu.
O objetivo deste pilar é mostrar ao brasileiro que temos sim uma cultura genuína que é linda, colorida e cheia de vida. Também devemos preservá-la e valorizá-la. E não digo isso por "soar bem aos ouvidos ". É uma questão de identidade. De se reconhecer numa sociedade, hoje dominada pela publicidade, pelos meios de comunicação e por uma pequena e desumana classe rica e poderosa dona disso tudo.
Para exemplificar, pense que nós importamos comportamentos europeus como vestir terno com paletó, gravata e beber uísque. Porém moramos num país "praticamente tropical", que faz 40º graus célsius. Não sou contra o consumo desses produtos, sei que viemos num mundo globalizado. Mas o problema está em NÃO SABER o motivo pelo qual se consome. Isso acontece porque a publicidade já te convenceu do que é bom para você. É um consumo pouco consciente e pouco racional. O mesmo acontece com a maioria dos produtos que consumimos. Essa é a cultura do consumo.
E por falar em consumo, arte pode e deve ser consumida por todos. Porque a arte sensibiliza, informa, entretém, indaga, faz refletir entre tantas outras coisas necessárias para que nos tornemos indivíduos melhores e, por consequência, possamos evoluir como sociedade. E essa é a segunda barreira cultural que pretendo romper.
Hoje vemos nos noticiários que “fulano” comprou uma obra de arte avaliada em milhões e que emprestou para um museu deixá-la em exposição. Isso é bom pois faz com que todos tenham acesso a obras.
Contudo, o que pretendo fazer é possibilitar pessoas comuns, como eu e você, a vivenciar a experiência de adquirir uma obra de arte, original, assinada, com certificado de autenticidade e com tudo que uma obra de arte deve possuir.
Além disso, preciso dizer que existe uma grande diferença entre um quadro decorativo e uma obra de arte, portanto:
Por isso, pretendo oferecer a vocês: pinturas que levem uma mensagem para suas casas.
3 - Política
Antes mesmo de começar o processo para me tornar um artista independente, sempre me interessei por política. Eu entendo que você possa estar descontente com a política do Brasil. Mas política não é isso. Quando você sai com um grupo de pessoas e decidem um lugar para confraternizar, vocês estão fazendo política, ou seja, num consenso decidindo o que é melhor para todos. Enfim, política é o único meio para melhorar a vida de todos nós.
Portanto, achei que seria justo e necessário que o projeto atendesse esse critério, já que me incomoda tanto as injustiças sofrida por esse povo, que tal me colocar à disposição para tentar ajudar com o que eu posso?
Pois bem, consegui em parceria com a Mídia Índia a minha primeira campanha de repasse com a venda do meu trabalho. Sabe como funcionou? Os povos indígenas de 170 etnias foram para Brasília na LUTA PELA VIDA contra a PL490 (você pode conferir AQUI) que visava praticamente retirar os indígenas de suas terras para exploração econômica da mesma. É uma PL injusta, violenta e, sobretudo, inconstitucional. O projeto era tão absurdo que como não tinha nenhum argumento jurídico para que ele fosse votado, então inventaram um: os indígenas tinham que ter algum registro de que estavam naquelas terras antes do ano de 1988.
Porém, para ir até Brasília os indígenas teriam custos. E na primeira campanha, num final de semana, praticamente em cima da hora, consegui repassar R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) como parte da venda da obra URUCUM.
É pouco, eu sei. Mas isso já me mostrou que é possível. Então, a política sempre fará parte dos meus projetos para que eu consiga colaborar cada vez mais. E, isso não é caridade, nem solidariedade, isso é POLÍTICA.
4 - Linguagem
É possível ser crítico com uma piada, com charges, com crônicas, poemas e, inclusive, por meio da pintura. Assim, ao imaginar a dor dos povos indígenas, mesmo não estando em suas peles, e, sabendo que são centenas de anos de injustiças, discriminação, marginalização, violência e abandono, as minhas primeiras pinturas traziam uma crítica direta, procurei, portanto, mostrar os índios sendo engolidos pela cidade.
Mas mudei de estratégia para representá-los ao analisar a cultura, a comida, as roupas, os adereços, as ferramentas, os instrumentos, os rituais, as músicas, a filosofia de vida, suas lutas, percebendo quão grandiosos são. Além disso, em meio a tanta diversidade, eles resistem bravamente.
Então, decidi colocar toda essa beleza nas minhas pinturas porque entendi que isso sim os representa. Ao pintá-los uso de cores vivas e alegres, formas simples e toda preenchida, traços bem manuais, colocando ali toda a minha humanidade, respeito e admiração por eles.
5 - Identidade do artista
Esse pilar na verdade é a ponta do iceberg já que é aqui que mostro toda a minha essência, meu olhar e traços enquanto artista.
É a minha assinatura, meio “desengonçada”, mas que carrega tudo que vivi. Além disso, faço uma constante aplicação do que escrevi acima, criando um padrão visual e fazendo com que meus trabalhos sejam reconhecidos em qualquer lugar/ ambiente.
Você sabe por que as minhas obras têm esse "ar misterioso"?
É que ao criar não penso em "o quê" estou pintando, mas sim, em "quem estou pintando". E isso faz muita diferença.
A Cajuína por exemplo, é uma anciã e sua característica mais evidente é a SABEDORIA. Ela é alguém que pode ser sua mãe, sua tia, sua prima, sua irmã, sua amiga ou até mesmo alguém que você gostaria de se tornar um dia.
A Cajuína, com toda sua serenidade, reconhece a complexidade da vida, entende e respeita o universo, pois sabe que mesmo fazendo parte dele, ela é tão pequena quanto um grão de poeira. E tudo que ela pode fazer é si oferecer para te ouvir e tentar te mostrar que todas as resposta que você procura está dentro de você...
Todos nós temos uma Cajuína nas nossas vidas...
EU FALEI DOS MEUS PILARES, MAS DO QUE É FEITO A MINHA BASE?
Um pilar só fica de pé, se for construído em cima de uma boa base
"senhoras e senhores, é um prazer apresentá-los a vocês"

"Quando trabalho eu não penso em arte, eu penso na vida."
Jean Michel Basquiat foi um artista contemporâneo.
Nasceu em 1960 no Brooklin, em Nova Iorque, filho de uma mãe porto-riquenha e um haitiano.
Foi um artista muito bem sucedido financeiramente, porém, morreu muito cedo, aos 27.
Levou seus grafites de rua para dentro dos museus, mas foi além disso, Basquiat mostrou que a arte não se limitava a telas. Ele pintava em qualquer suporte: portas, roupas da namorada, pneus etc...
Sua arte expressava o caos que existe dentro de nós, ou seja, tudo aquilo que pensamos simultaneamente: as nossas relações (amorosas, de amizade, de trabalho), as tarefas cotidianas, os acontecimentos (aniversários, casamentos, formaturas...) , as informações que lemos nos jornais entre outras.
Imagine isso tudo ao mesmo tempo e agora tente desenhar! Provavelmente esse desenho não terá muita organização e será bastante expressivo. Sua arte era exatamente essa.
Para você ter ideia, uma vez ele fez uma pintura retratando o seu atropelamento aos 7 anos de idade. Ele fraturou alguns ossos. Agora tente imaginar o que passa na cabeça de uma pessoa que foi atropelada e está no hospital fazendo exames para ver suas fraturas.
Com certeza seria uma confusão danada, várias imagens viriam a sua mente de uma vez: desde o osso quebrado até o momento do carro vindo em sua direção.
Ok, entendemos quem foi o Basquiat, mas o que ele tem exatamente a ver com o projeto Coleção Origens?
Bom, primeiramente é a quebra estrutural e institucional donde a arte deveria estar.
Eu acredito que a arte é para todos. Ela não precisa estar somente em museus ou na casa de colecionadores milionários, ou seja, uma obra de arte original e autêntica pode e deve ser acessível para pessoa comuns, como eu e você.
Vale ressaltar que estou falando de obras de arte e não apenas de um quadro para decoração que combine com as almofadas de um sofá.

"Um artista é alguém que produz coisas de que as pessoas não têm necessidade, mas que ele - por qualquer razão - pensa que seria uma boa ideia dá-las a elas."
Sabe o rei do pop? Não, não estou falando do Michael Jackson.
Estou falando de Andy Warhol. Um artista do movimento Pop Art.
Andy nasceu em agosto de 1928, filho de operários que vieram da Eslováquia.
Era formado em Design e trabalhou, inicialmente, em campanha de sapatos femininos. Fazia anúncios publicitários, displays para vitrines e chegou a fazer alguns trabalhos para a Vogue.
Sua primeira exposição ocorreu em 1950, expondo 15 de seus desenhos. Em 1956 esses trabalhos foram para o museu de arte moderna, alavancando a sua carreira.
Em 1960 ele funda seu estúdio que funcionava também como uma espécie "clube". E, nesse lugar, ele produzia sua arte e recebia todo tipo de convidado para festas onde tudo era liberado. Tudo mesmo!
Andy morreu 2 vezes, a primeira com tiros disparados por uma mulher líder de uma organização onde o propósito era eliminar todos os homens da terra)... Ele foi dado como morto mas conseguiram trazê-lo com massagens cardíacas. E a segunda vez foi em decorrência de uma cirurgia.
Wharhol revolucionou a arte criando um sistema de produção por meio da reprodução em serigrafia. Com isso, ele conseguia a repetição de imagens que eram ligadas ao consumo popular desde lata de sopa até fotos de celebridades. Também fazia trabalho críticos envolvendo graves problemas sociais.
Mas onde está o Andy no projeto Coleção Origens?
Ora, está no sistema de produção da minha arte. Ele utilizava a técnica da serigrafia e eu uso meios tecnológicos como o computador, sofware e uma impressão de altíssima qualidade para trazer ao mundo o que pintei numa tela de LCD. E isso não torna "a arte menos arte".
Vou explicar: uma música não deixa de ser original se for ouvida na rádio, em CD ou em alguma plataforma como o Spotify. Assim como um filme não perde sua originalidade e autenticidade quando exibido diversas vezes no cinema ou na Netflix.
Uma nota de R$ 100,00 reais não perde o seu valor mesmo que existir milhões iguaizinhas a ela.
Então por que uma pintura não pode ser original e ter vários exemplares?
Trabalhando dessa forma, consigo fazer com que a minha arte seja democrática e possibilite que mais pessoas possam consumi-la.

"A revolução é a harmonia da forma e da cor e tudo está, e se move, sob uma só lei: a vida!
Ninguém está a parte de ninguém
Ninguém luta por si mesmo
Tudo é tudo e um."
Filha de um alemão com uma mexicana (descendente de indígenas), Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907 pouco antes da revolução mexicana. Nesta época, México era governado por um ditador: Porfírio Diaz (1884 - 1911), este, mantinha a concentração de riqueza e excluía a população pobre da distribuição de renda, mesmo com o país em desenvolvimento. A revolução ocorreu pelo direito ao uso em das terras não cultivadas.
Bom, voltando à Frida: as suas obras eram inspiradas na cultura popular do México, ela pintava autorretratos onde explorava a sua identidade, o pós-colonialismo, gênero, classe e raça na sociedade mexicana.
Foi apresentada ao Partido Comunista Mexicano e passou a fazer parte de um grupo de artistas políticos e ativistas.
Kahlo quebrou todos os tipos de padrões: era bissexual, fumava, praticava box, vencia homens nas competições de tequila, se vestia de roupas masculinas...
Agora imagina você: se hoje vivemos em meio a uma sociedade tradicional, retrógrada, conservadora, careta! Tente imaginar a afronta social que ela causava naquela época para mostrar que as mulheres podiam ter os mesmos direitos que os homens.
E o que a Frida Kahlo trouxe de bom para o projeto Coleção Origens?
Com toda certeza, posso afirmar que é o seu ativismo político. Se a política é um dos pilares do projeto, a Frida é quem me inspirou e foi a base dessa estrutura.
Pinturas são apenas pinturas, mesmo sendo incríveis como são as da Frida.
Mas se elas tiverem um propósito, elas podem mudar o mundo. Porque carregam ideologias.
Frida lutava por um mundo mais justo e igualitário e suas obras eternizaram ela e seus ideais.
Isso tudo influencia pessoas. Ela me influenciou. A mulher que eu amo, também: Andréia, professora, tem uma imagem da Frida tatuada em seu antebraço esquerdo e assim como a Frida, leva a mensagem de igualdade de gênero por onde passa.

"Quero ser a pintora da
minha terra."
Em 1 de Setembro de 1886, em Capivari, interior de São Paulo, nasceu Tarsila do Amaral. Era filha de fazendeiros que receberam suas terras de herança de seus pais.
Tarsila teve uma infância bastante confortável numa fazenda de café.
Entre idas e vinda a Paris, conheceu Picasso e outros artistas do Cubismo. Aqui no Brasil também participou de um grupo artístico que influenciou no estilo das suas pinturas.
Conheceu o grupo modernista e o Oswald de Andrade, que se apaixonou por ela, namoraram e se casam anos mais tarde.
Voltou a Paris, sentiu uma saudade danada do Brasil e disse que gostaria mesmo é de ser a pintora da sua terra. E, nessa época, ela pintou a tela a Negra.
Retornou ao Brasil e redescobriu um novo país: cheio de cores vivas, belas paisagens e, assim, iniciou um novo estilo: Pau Brasil.
Tarsila conseguiu sua primeira exposição individual e sua tela Cuca foi comprada pelo museu de arte contemporânea francês.
Presenteou o Oswald com uma de suas pinturas que o deixou de "queixo caído".
Oswald e Raul Bopp ficaram muito impactados com a obra e deram o nome de Abaporu (homem que come homem). Essa obra então, inspirou o movimento antropofagismo cujo objetivo era buscar referências, conhecimentos artísticos e técnicos na Europa, trazê-los para o Brasil e criar um estilo próprio de arte brasileira. Que valorizasse a cultura do nosso país.
E no que a Tarsila do Amaral contribui com o projeto Coleção Origens?
É obvio que a Tarsila não fez tudo sozinha, mas com uma pintura, conseguiu fazer o que vários escritores, diga-se de passagem, excelentes escritores daquela época, não conseguiram por meio das palavras.
Numa época que os olhos estavam voltados para Europa, que é o berço da arte, sua obra motivou a todos no Brasil, a olhar para si mesmo e para nossa riquíssima cultura (natureza, costumes, comidas, rituais, vestimentas, relações, construções entre tantas outras coisas). E essa mensagem ecoa até nos dias de hoje. Por isso, a Coleção Origens são pinturas inspiradas numa cultura genuína brasileira: A cultura dos nossos povos originários.
VEJA AGORA AS EDIÇÕES DA COLEÇÃO ORIGENS
MÃE TERRA
Esta primeira edição foi intitulada Mãe Terra, sendo concebida para retratar uma das atribuições da mulher indígena na aldeia: a colheita dos frutos. Além disso, o registro e o enquadramento desse momento revelam a mágica e harmônica relação entre a mulher indígena e a mãe natureza.
CURUMIM
A edição Curumim abordará a relação de respeito das crianças indígenas com os animais silvestres da nossa fauna como: tartaruga, araras, tucanos, bicho preguiças, anta, macacos entre outros.
GUERREIROS
Nesta, será representada a vida do homem indígena caçando, pescando e lutando nos rituais da aldeia.
GRUPOS
Que os indígenas são seres extremamente organizados e que pensam na coletividade, a gente já sabe. Mas já imaginou a relação de irmãos indígenas? De amizade entre duas jovens indígenas? A relação de pai e filho? Netos e avós? Dos pequenos grupos que saem para nadar num rio? Então, eles estarão bem aqui.
MITOLOGIA
Essa edição será fascinante! Na escola aprendemos as mitologias gregas e romanas. Mas elas não chegam nem perto da beleza da mitologia dos nossos originários.
POLÍTICA DE PRECIFICAÇÃO
Desde o início do projeto, tive como o principal objetivo que minha arte fosse acessível a pessoas comuns.
Portanto, tive que adotar uma política de preços onde a escassez vai determinando o valor das obras.
Dessa forma eu não esgoto rapidamente a produção e a obra que o cliente já adquiriu se valoriza.
ILIMITADAS
R$ 290,00
NUMERADAS
da 01 a 10= R$ 350,00
da 11 a 20= R$ 450,00
da 21 a 30= R$ 600,00
da 31 a 40= R$ 750,00
da 41 a 45= R$ 950,00
da 46 a 49= R$ 1.500,00